Os temas tratados foram desafios e sustentabilidade, liberdade de expressão e liderança das mulheres no setor
O jornalismo da Agência M4 Assessoria em Comunicação e Marketing marcou presença no ‘‘13º Coloquio Iberoamericano de Periodismo Digital” promovido pelo Knight Center for Journalism in the Americas, neste último sábado (25/07).
O Coloquio é uma conferência em espanhol que há 13 anos é realizado um dia após a promoção da ISOJ (Simpósio Internacional de Jornalismo Online) promovido pela mesma instituição.
Sustentabilidade dos Órgãos de Imprensa em épocas de Pandemia
Na edição de 2020, a conferência foi dividida em 6 blocos. O primeiro contou com o diretor e fundador do Knight Center, Rosental Alves e Ignacio Escolar, diretor e fundador do El Diario da Espanha. Um dos temas debatidos nessa etapa, foi em como manter um órgão de imprensa de maneira sustentável em uma época em que os periódicos passam por um processo de reinvenção, principalmente os impressos.
Escolar citou também sua experiência, a frente do El Diario, com seu modelo de negócio em jornalismo digital sem depender de anunciantes, sem depender de verba pública, deixando assim a linha editorial o mais independente possível, a partir de assinantes. Ignacio relatou ainda as experiências do El Diario frente a grave crise econômica provocada pela Pandemia do Novo Coronavírus.
Polarização Política, Social e Econômica
Em sequência, a segunda etapa foi conduzida por jornalistas da Espanha e Portugal: Gumersindo Lafuente, Diretor Adjunto do El Diario da Espanha; Catarina Carvalho, jornalista e editora em Portugal; Pilar Velasco, jornalista do Cadena da Espanha; Virginia Alonso, diretora do Público da Espanha.
Os palestrantes debateram os mesmos assuntos colocados por Ignacio, acrescentando a polarização política, social e econômica em que a Península Ibérica e todo o mundo atravessam e a consequente intolerância e violência entre os grupos com pensamentos contrários, ameaçando assim a liberdade de expressão.
Liberdade de expressão em governos ditatoriais
No terceiro bloco, os diálogos tiveram como ótica o jornalismo em governos ditatoriais e a crise democrática da América Central. Para esse intento, os jornalistas Maria Teresa Ronderos, do CLIP da Colômbia; Carlos Dada, cofundador do El Faro de El Salvador; e ainda Carlos Fernando Chamorro, fundador e diretor do Confidencial da Nicarágua, relataram a situação política e social de seus respectivos países e a forte opressão desses governos hostis.
''Tais ameaças não só colocam em risco a ordem democrática, mas também toda imprensa'', frisou Chamorro do Confidencial. Várias são as denúncias de violência praticada aos jornalistas nesses países, através de coação, prisões arbitrárias e muitos homicídios.
Segundo a ANJ (Associação Nacional de Jornais) do Brasil, a América Latina é a região do mundo com o maior número de assassinatos de jornalistas registrados só na primeira metade de 2019. Ao todo, foram 15 homicídios entre janeiro e junho no continente. O México, com nove mortes, lidera o ranking sangrento tanto na região latina quanto nos 20 países pesquisados pela entidade, que somam 38 assassinatos. O Brasil divide a quarta posição da lista geral ao lado da Colômbia, ambos com duas mortes.
Ferramentas tecnológicas do Google que facilitam a vida de jornalistas e veículos
Após uma breve pausa, os conferencistas tiveram a palestra do Luan Manoel Rucero, Coordenador do Google News Initiative da Argentina. Em sua fala, apresentou as ferramentas oferecidas pelo Google a todos os jornalistas e empresas de comunicação, cujo objetivo é alavancar seus negócios e deixar mais ágil e confiável o fluxo de informação.
Segundo Rucero, a procura por ferramentas on-line pelos jornalistas durante a pandemia cresceu muito e o Google possui em seu portfólio toda uma gama de serviços nesse sentido.
Mídias que cresceram em meio a Pandemia
Em ato contínuo, Sebastián Auyanet, jornalista do Now This & SembraMedia do Uruguai; Isabele Ponce, confundadora do GK City do Equador; Ana Lidia García, editora do El Toque de Cuba; e Alejandro Valdez Sanabria, cofundador do El Surti do Paraguai, expuseram as consequências da crise econômica e social do Coronavírus em seus países e o como transformaram em oportunidade o que poderia ser o fim de seus respectivos veículos de comunicação, com cases de crescimento mesmo diante dos fatos.
Todos foram unânimes em ressaltar que as respectivas conquistas se devem a dois pilares: produziram o que seus assinantes e doadores queriam e necessitavam consumir, e ainda, a alta qualidade e grau de comprometimento no conteúdo oferecido.
Mulheres nas redações
No último momento da conferência, Ana Arrigada, jornalista do El Soberano do Chile; Dagmar Thiel, jornalista do Fundamedios, do Equador e Washington; Isabela González, jornalista da Chicas Poderosas, do Equador e da Colômbia; e Lu Ortiz, jornalista da Vita Activa do México e Nova Jersey, debateram a liderança feminina nas mídias na América Latina, suas conquistas, derrotas, demonstrando a realidade atual da força feminina no mercado jornalístico latino.
Segundo Ana, houve um grande avanço, mas ainda, o mercado jornalístico não demonstra uma igualdade entre homens e mulheres jornalistas. A frase "precisamos avançar" foi unânime entre as formadoras.
Knight Center relata superação
A maioria dos participantes relataram uma experiência muito positiva e qualitativa do evento e que nem notaram o tempo passar, associando à alta capacitação dos formadores e suas experiências.
O Coloquio quase não aconteceu este ano, por conta das dificuldades impostas pela Covid-19 em todo o mundo, mas Rosental, seu diretor, revelou que em seu âmago não poderia permitir que evento tão tradicional do jornalismo perdesse para o vírus. Expressou imenso orgulho e gratidão por todos que tornaram possível a 13ª edição do Coloquio. A 14ª será em 2021.
Jornalismo M4 (JMN)
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